quinta-feira, 7 de julho de 2016

Enfim, doeu


Era uma história de amor bastante complicada. Ninguém acompanhara de perto, e nem de longe. Apenas algumas amigas sabiam, sobre a existência dele. Talvez não fosse uma história de amor, apenas uma história de pele. Ou, seria diferente: um caso de puro companheirismo. Mas em todos os casos, houve um envolvimento difícil de explicar.

Além do segredo, lidavam com outros problemas. Mas a vontade de ficar junto, sem questionar ou pensar em coisas difíceis era jogada descarta. "Para quê?" - pensava ela. De que adiantava discutir, se a provável resposta lhe causava arrepios? Melhor mesmo era aproveitar cada segundo de cada momento.

"Prometo que caio fora quando estiver me apaixonando", jurava a si mesmo. Bobagem. Quando viu, era tarde para isso. Mesmo assim reuniu forças, criou coragem e... sumiu. Já que diálogo nunca fora ponto forte da relação, para quê conversar?

Na época, julgou mais fácil e objetivo, decidiu, sumiu. Ele nunca mais ouviria falar sobre ela e não seria necessário pressioná-lo a tomar uma decisão. Mas, como Murphy bem sabe, os planos deram errado e o sumiço durou pouco: semanas ou, no máximo, meses. Mas parecia que anos tinham se passado.

E tudo voltou a ser como antes, o companheirismo, a química, a vontade de não desgrudar nunca mais e o silêncio sobre a relação. A história se prolongou, mas o fim era inevitável.

E novamente sumiu, dessa vez para sempre.

***
E dói. Minha nossa, como dói! Achou que com o tempo a saudade iria diminuir e pouco a pouco seria fácil esquecer. Outro plano falho! As lembranças parecem , mais nítidas e cada lembrança, por mais singela, dói. Dói de uma forma que não tem como explicar. Se fosse um filme, ele seria uma "assombração". Neste momento por exemplo, o espectro estaria frente a ela, dizendo o quanto sente muito e não queria vê-la sofrer. E que ficariam juntos... mas é só um fantasma, de um filme que não existe, de uma história real e mal resolvida.

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