-Gabriela, explique o motivo de escolher cursar jornalismo -dizia aquele meu novo professor, diante meus novos colegas.
- Eu não tenho certeza, mas acho que fiz a escolha certa... - respondi tímida pra caramba, e se tem coisa que eu não sou é tímida...
-Huuuum, vejamos, você quer tralhar em televisão, é isso?
-hmm, nããão!
-Você gosta de rádio, quer ser uma radiojornalista?
-hmmm, nãããooo...
(aquelas insinuações me causavam repulsa, isso que ninguém perguntou se eu desejava ser assessora de impresa!)
Todo mundo deve ter pensado pq diabos aquela guria decidiu fazer jornalismo!
(...)
E quatro anos se passaram, e a vida acadêmica sem dúvida, foi a melhor época. E sem dúvida, ela tava no curso certo. Apaixonou-se por fotografia, viu que rádio é uma cachaça e foi trabalhar na televisão, vejam só, estagiou como assessora de imprensa. E tudo era apaixonante. Adorava responder quando lhe perguntavam... estufava o peito e se exibia "Faço jornalismo!". A sensação era incrível. Alguns momentos, por alguns segundos, batia o arrependimento: quando passava noites embaladas por café, quando todos entrevistados pareciam combinar um boicote, quando personalidades públicas a deixavam esperando sentada por horas e não apareciam. Tudo virava história, que ela se orgulhava de viver, de contar, de compartilhar.
Diante outras tantas pessoas, e ninguém sabe quantas, ela tem poucos momentos pra responder, e segundos pra pensar na resposta.
-E agora, que tu se forma, vai fazer o que?
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