segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E agora, Gabriela?

E diante aquelas 40, 50 pessoas, eu tinha que levantar e em segundos responder a pergunta. Não tinha muito tempo pra pensar, nem elaborar. Eu tinha certeza que estava no lugar certo, na hora certa. Não tinha tempo pra arrependimentos. Mas que diabo eu ia responder???

-Gabriela, explique o motivo de escolher cursar jornalismo -dizia aquele meu novo professor, diante meus novos colegas.
- Eu não tenho certeza, mas acho que fiz a escolha certa... - respondi tímida pra caramba, e se tem coisa que eu não sou é tímida...
-Huuuum, vejamos, você quer tralhar em televisão, é isso?
-hmm, nããão!
-Você gosta de rádio, quer ser uma radiojornalista?
-hmmm, nãããooo...
(aquelas insinuações me causavam repulsa, isso que ninguém perguntou se eu desejava ser assessora de impresa!)
Todo mundo deve ter pensado pq diabos aquela guria decidiu fazer jornalismo!

(...)

E quatro anos se passaram, e a vida acadêmica sem dúvida, foi a melhor época. E sem dúvida, ela tava no curso certo. Apaixonou-se por fotografia, viu que rádio é uma cachaça e foi trabalhar na televisão, vejam só, estagiou como assessora de imprensa. E tudo era apaixonante. Adorava responder quando lhe perguntavam... estufava o peito e se exibia "Faço jornalismo!". A sensação era incrível. Alguns momentos, por alguns segundos, batia o arrependimento: quando passava noites embaladas por café, quando todos entrevistados pareciam combinar um boicote, quando personalidades públicas a deixavam esperando sentada por horas e não apareciam. Tudo virava história, que ela se orgulhava de viver, de contar, de compartilhar.
Diante outras tantas pessoas, e ninguém sabe quantas, ela tem poucos momentos pra responder, e segundos pra pensar na resposta.

-E agora, que tu se forma, vai fazer o que?


domingo, 5 de junho de 2011

Malditas satisfações!

1. Morei a maior parte da minha vida numa cidade do interior. Numa cidade do interior onde existe muitas e muitas pessoas conservadoras: em todos os sentidos.¹ Felizmente meus pais, que escolheram morar nessa cidade do interior com pessoas conservadoras, eram bem diferentes. Eles se diziam de esquerda. Eles são mais de esquerda do que talvez, imaginem. Logo, herdei várias ideologias políticas deles. E outras também: meu caráter, meu comportamento e o meu jeito, são fruto do que eles me ensinaram. Cresci ouvindo The Fevers no toca discos e dançando como louca com a minha mãe. Chico Buarque, Gilberto Gil, Maria Bethania, Caetano Veloso, Milton Nascimento. Cresci aprendendo a respeitar e acima de tudo amar minha família. Tive os natais mais felizes que pude ter, e as férias de verão eram sempre inesquecíveis. Aprendi a dar valor pra todas oportunidades que surgiam e a impor minha presença quando fosse necessário. Aprendi que a educação é uma coisa que não se mede esforços ou dinheiro (meus pais que o digam!). Eu poderia escrever um livro com tudo que aprendi com eles.



2. Com 17 anos saí de casa. Cidade do interior nova, casa nova, colegas novos. Aí a gente aprende tanta coisa sozinho. Que manter uma casa é humanamente impossível (no meu caso), que cozinhar é um ritual muito complexo e que nuggets ou molho de tomate pronto são as melhores invenções do mundo. Aprende que ninguém se importa em te tirar da cama de manhã cedo pra ir pra aula ou insistir pra tu estudar. Tu aprende a ser adulto. E ser adulto é muito difícil. A gente tem que ir no super, limpar a casa, chamar o encanador, engolir o choro e conviver com a saudade. Encarar a faculdade e principalmente: que os amigos sempre te ajudam a segurar as pontas. Pelo menos no meu caso, se não fosse meus amigos, eu teria enlouquecido.



3. E voltando para todo o blá blá blá das ideologias que eu herdei dos meus pais, eu sou assim. Aprendi que liberdade é essencial para tudo. E tenho sorte de sempre ter toda liberdade do mundo para ser quem eu quiser. Para ser eu mesma. Pra escolher o meu futuro e pra experimentar tudo o que eu tive curiosidade. Pra me algumas vezes me arrepender e outras pra me orgulhar dessa porralouquice que marcou a minha era universitária. Pra ser sincera sempre! É claro, que eu sempre soube que deveria respeitar aqueles que pensam diferente de mim, e muitos deles são meus amigos. Cansei de ouvir coisas e descordar até o dedão do pé, mas sempre respeitando as opiniões. E por isso eu gosto que respeitem as minhas. Por isso gosto de compartilhar minhas histórias com meus amigos, contar sobre a a minha vida. Vez em quando escrevo coisas no final dos cadernos e sei que ninguém vai ler. E não é pra ler mesmo! Outras vezes gosto de ler coisas que parecem que foram escritas pra mim, naquele exato momento. Gosto de ouvir os conselhos que as pessoas tem, e gosto muito de ouvir suas histórias também. E gosto de desabafar, e como boa pisciana que sou, de vez em quando sacudir o mundo gritando meus anseios. E gosto quando sou respeitada por isso. Se alguém me compreender, melhor ainda :) E gosto dessa minha eterna liberdade, de fazer, de ler, de escrever e de ser o que eu quero. Quando quero. Pra ninguém me reprimir.

Boa semana pra mim, e pra alguma alma que resolver ler esse imenso desabafo. Termino o post com um pedaço de uma música do Raul que eu gosto muito, e que cabe muito bem neste momento: "Todo homem tem direito de pensar o que quiser, todo homem tem direito de amar a quem quiser, todo homem tem direito de viver como quiser, todo homem tem direito de morrer quando quiser."

terça-feira, 17 de maio de 2011

Conjuga-me

Meus pensamentos andam longe, mas alguns momentos estão tão vagos. É uma sensação de vazio tão tranquila. E por enquanto, tá bom assim. Mas esse texto do Caio F, que acabo de ler, tem tudo a ver com o passado e tem tudo a ver com o que eu tou pensando nesse presente. Talvez tenha a ver com o futuro também.



Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."



Caio Fernando Abreu

Boa semana pra mim, pra todos! Já que esse feriado em Santa Maria tá com cara de domingo...

domingo, 15 de maio de 2011

Post de quinta.

Era pra postar isso na quinta-feira. Mas o servidor tava fora do ar. Então:

Aquela notícia me fez tremer, até me assustou. Ainda mais do jeito que eu fiquei sabendo, quando eu menos esperava. Era de se esperar, mas eu já tinha até esquecido de esperar (dá pra entender?). Aquele tempo que parecia que nunca ia passar, voou. Igualzinho as elipses de cinema em que as folhas do calendário vão sendo arrancadas. E vai passar assim: num piscar de olhos. Eu estava engolindo o choro e nem sabia o motivo. Seria alívio? Seria medo?
A verdade é, que além desse tempo passar tão rápido, nada do que eu tinha planejado aconteceu. Mas aconteceu taaaaaaanta coisa boa que eu nem imaginava que pudesse acontecer comigo. E eu aproveitei tudo que eu pude (e mais um pouco!)
Eu já tinha uma lista de motivos pra ficar ansiosa e veio aquele: o motivo maior. Mas agora, só era o maior pois é o mais misterioso. Eu sei exatamente tudo que vai acontecer e ao mesmo tempo ainda alimento esperanças que vai ser tudo diferente. Há pouco tempo eu torcia para esse dia chegar rápido, bem como chegou, só que agora eu não tou preparada pra encarar. A verdade é que eu nem tou pronta pra encarar o dia de amanhã**, imagina mais tantos dias?
Só que eu tenho ânimo de sobra pra superar tudo isso. Já supererei uma, duas, muitas outras vezes, de maneiras diferentes. Doeu. Só que eu tou inteira e me divertindo. E nem tá doendo mais! E o bom de tudo isso é que cada vez eu fico mais animada com essas surpresas da minha vida e cada vez mais preparada pras consequências. Só quero uma coisa, uma coisinha: que amanhã** dê tudo certo. E depois de amanhã a gente vê o que acontece. Ou depois de depois de amanhã. Let it be...


(fim do post de quinta)

Então, o dia de amanhã** deu tudo certo! Foi bom, muuiiiito bom. E eu não tou nada interessada em tomar decisões. Fui viver, um beijo.

domingo, 27 de março de 2011

Uma longa história, difícil de explicar

Então era uma looooonga história. Bastou essa frase para eu começar a pensar. Quanto da história eu havia perdido? Quanto tempo eu deixei para trás? Será que dá tempo de voltar a participar das longas histórias? Eu não sabia responder, eu não fazia idéia de quanto tempo essas perguntas ficariam me torturando, e pior, eu sabia que a culpa era toda minha, ou quase toda. Tudo aquilo que eu não valorizei, eu perdi. E tudo aquilo que eu valorizei, sem merecer, perdi também. E bateu um pânico, um desespero: o que ainda me resta?


Só sei que começa mais uma promessa, e nem é regime, muito menos de estudar mais. Dessa vez é pra valer, eu juro que vou procurar enxergar melhor o que acontece ao meu redor. Eu juro ser boazinha. E eu juro, juuuro que vou valorizar mais as pessoas que gostam de mim. Promessa: estou largando de mão as imagens que vou transmitir, tou nem aí pro que os outros vou pensar. Me diz que isso não é egoísmo, pois eu também prometi, nunca mais ser egoísta. E quero muitas e muitas outras longas histórias... tou pronta pra mais meia dúzia delas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E nada como um dia após um outro dia pro meu coração...

Como uma boa pisciana, sou extremamente otimista, sensível e sonhadora. E isso me faz "quebrar a cara" um milhão de vezes. Cada vez que tenho um contratempo, resolvo concentrar minhas forças na minha família, nos meus estudos, nos meus amigos, no meu trabalho. E (quase!) sempre dá certo.

Então me deparei com uma situação desagradável, que me deixou deprimida. (A mesma do post anterior) e resolvi mais do que nunca mergulhar de cabeça no meu trabalho e nos meus estudos. Em poucos dias me tornei muito mais séria do que já fui em toda minha vida. Deu certo: me esforcei, trabalhei duro, tive boas idéias e estou colocando novos projetos em prática. Mas sempre que tu tem uma brecha, aquela pessoa te vem na cabeça. Junto com ela vem uma lembrança, uma saudade, uma dor no fundo do peito e uma lágrima. Depois vem o arrependimento, a culpa, e a sensação de "fiz tudo errado" ou "fui uma completa idiota". E não adianta... por mais que tu queira esquecer certas pessoas, uma parte do teu dia, ou da semana ela surge na memória. Aí cai a ficha: perdi. Perdi tudo. Perdi coisas que eu nunca tive e perdi coisas que eu nem sabia que poderia ter. Realmente, isso dói. Dói mais ainda quando tu se sente sozinha.
(...)
Mas a vida (ou destino?) sempre te faz pequenas surpresas. Não foi um pneu furado nem fiquei sem gasolina. Tampouco ganhei na loteria. Mas encontrei com uma pessoa que considero muito especial. Gosto dela de um jeito tão bom que eu não sei explicar. Encontrei sem querer, sabe? Sem planejar. E foi isso: umas cervejas e boas risadas. Tudo em boa companhia. Eu lembrei, como existem muito mais pessoas especiais na minha vida do que eu imagino. E (re)lembrei o quanto aquela pessoa me faz bem. Um bem danado que só eu sei.
Amanhã vou trabalhar, vou continuar me empolgando com meus projetos e vou seguir responsável e dedicada. Tudo volta ao normal. E eu feliz. E tá bom assim...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Coisas

De um tempo pra cá uma série de coisas me deixou de baixo astral. Como eu me considero uma pessoa "animada" fiz algumas coisas pra tentar superar minha deprê temporária. E aconselho quem quiser, fazer as mesmas coisas que eu fiz. Não precisa estar triste como eu estava, mas são coisas que fazem bem pra alma, em qualquer momento.

1) Meu apê tinha acumulado uma bagunça/sujeira de semanas. Resolvi botar ordem nele, coloquei AC/DC beeeem alto, e comecei a faxina! Entre uma limpeza e outra, uma dose de vodka!

2) Olhar as estrelas: Fiquei horas e horas e horas olhando as estrelas, e não cansei nunca. Claro, pode ser sozinha ou em companhia de alguém (no meu caso, minha turma super linda e animada)... lógico, quando se tem O terracinho, tudo melhora;

3) Ir a uma festa legal com gente animada. No meu caso, fui ao show da banda Do Amor. Até então nunca tinha ouvido falar de tal banda. Mas curti, curti meeeeesmo. E no dia seguinte passei o dia inteiro ouvindo as músicas da banda, fez um bem danado;

4) Família. Família nunca é demais. Sempre que puder, corra pra sua. Eles dão muito conforto, sempre;

5) Viajar só com o mínimo de dinheiro. É claro que é porque eu não tinha muito mais do que a grana da passagem. Fui de última hora pra praia, e em 5 dias lá eu achei uma boa parte de ânimo que eu havia perdido. Um banho de mar é bom demais...

6)Um banho de mar, um banho de sol, um banho de chuva.

7) Mas o mais importante de tudo, é procurar ser feliz sempre. Saber dar valor pras pessoas importantes na tua vida e ir atrás de coisas fazem bem. Pequenas coisas que deixam a vida melhor.

E é por isso esse post: pra agradecer pra minha turma super linda e animada pelas horas de desabafo, pela amizade sincera e pelo carinho enorme que eu recebo deles: Laura, Jéssica, Rômulo e Maurício. Pra turma de Santiago, que sempre me diverte, mesmo quando eu tou desligada deles. Pro Pedro, meu grande amigo Pedro que dispensa palavras. E pra minha família, que é pra lá de especial.